quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Jogging natalício


          
           Pois é, gente gira, agora que o mundo não acabou e parece que não acaba tão cedo, decidi perder uns quilinhos. Sabem como diz o ditado: “uns quilos a menos, umas beibys a mais”. Como agora é chique meter no facebook os quilómetros que se correu, em quanto tempo se correu, as calorias que se queimou e que estamos muito cansadinhos mas valeu bem a pena, decidi dar umas corridinhas. Lembro-me vagamente de uma vez que corri, no século XX. Parei aos 10 minutos para agarrar os pulmões, já a ameaçar sair pela boca, e aos 20 desmaiei.
            Se quero correr, nada melhor que começar a seguir à noite de natal, pensou aqui o menino. Acordei dia 25 de “manhã” (estive quase a acrescentar um zinha à manhã, mas como não sou dado a exageros, achei melhor não), fiz uma alegre mijinha e foi só calçar as sapatilhas e sair de casa. Deixo uma dica para a malta que faz planos para correr de manhã: para que não vos passe a vontade, façam como eu e durmam todos equipados. Antes de sair de casa, olhei para o relógio: meio-dia e dez (homem que é homem não anda a correr com essas mariquices de cronómetros e cenas maradas que medem até as gotas de suor na testa). Planeei forçar-me a 20 minutinhos de tortura, pelo que chegaria a casa ao meio-dia e meia. Nos primeiros 5 minutos de corrida devo ter pensado em desistir umas 300 vezes. Uma por cada segundo. A cada passada doíam-me todas as rabanadas, todas as filhoses, todas as fatias de bolo-rei e sei lá o quê mais, não necessariamente por esta ordem, mas tudo ao mesmo tempo. Não sabia que era possível doer tanta coisa no corpo ao mesmo tempo. Por volta dos 5 minutos, a coisa estabilizou. Quando dei por mim, estava a correr nos arrabaldes, uma zona só com vivendas e campos cultivados com batatas e que provavelmente eram outra coisa qualquer que não batatas. Volta e meia saía um cão de uma das vivendas para vir correr uns metros comigo, todo feliz da vida. Há duas coisas que atraio desde sempre, nunca consegui evitar: cães e beibys giras. Não sei porquê, é algo que me ultrapassa. Por esta altura, lembrei-me de uma beiby que morava para aqueles lados, a quem eu tinha feito feliz, uns bons anos atrás. Sabem aquelas beibys que quando vêm ao pensamento, vos recordam logo duas ou três ocasiões com um enorme sorriso nos lábios, mas que depois ficam que tempos a tentar lembrar-se do nome dela? Era uma dessas. Só que de mamas pequenas. Pensei em passar por casa dela e, como já não me lembrava bem, meti-me por umas ruas que não conhecia, mas que me pareceram que tinha lógica que fosse por ali. Quando dei por mim, tinha chegado a uma rua sem saída. Voltei para trás, já com a noção que iria demorar mais que os 20 minutos previstos, ainda sem me preocupar muito com isso. Cheguei a um cruzamento que reconheci e tive a certeza que teria de virar à esquerda. Foi o que fiz. Passados uns dois ou três cães, afinal era outra estrada sem saída. Voltei para trás, desta vez já bem preocupado com o tempo que faltava para chegar a casa. Senti que estava a forçar demais o corpo mas homem que é homem não para a meio quando está a correr. Somente quando chega ao fim. O mundo não é dos fracos. Continuei a correr, já sem querer saber da casa da tal beiby e a optar sempre pelas ruas que me pareciam o caminho mais curto até casa. Nessa altura reparei que a minha sombra se ia literalmente a arrastar. Eu ali a correr que nem um louco e a put@ da minha sombra a baldar-se, mal se mexia. Não há respeito. Por mais que a picasse, a gaja continuava naquele ritmo reumático, nada a fazer. Quando já via o meu barraco à distância, as rabanadas e o resto das comezainas começaram novamente a fazer-me doer o corpinho todo. Seria saudades de casa? Mal entrei, olhei novamente para o relógio. Meio-dia e cinquenta. Tinha corrido 40 minutos, o dobro do que planeara. Tomei um duche à patrão, vesti-me todo lavadinho e senti-me como o Van Damme, depois de desancar uns 50 gajos à pancada: todo partido mas feliz da vida. A seguir, fui para casa dos meus velhotes comer mais um bocadinho (um bocadinho disto, um bocadinho daquilo). É para isso que os pais servem quando deixam de nos dar dinheiro: alimentar-nos como deve ser aos domingos ao almoço e nas alturas festivas. Regressei a casa à noite, o estômago como um menino feliz da vida, e entretanto sentei-me no sofá. Comecei a escrever esta miséria e, parágrafo a parágrafo, fui constatando que os dedos das mãos são das poucas partes do corpo (a par dos olhos) que ainda consigo mexer. No fim desta frase, vou meter este texto no facebook. Se o leres, faz-me um favor: chama os bombeiros cá a casa. 

domingo, 14 de outubro de 2012

A crise mata a sede


Esta crise cada vez me preocupa mais... se isto continua assim por muito mais tempo, a quantos litros chegaremos?

domingo, 2 de setembro de 2012

Troika-mos...


Candidatei-me a consultor after-hours do governo para a Troika. A ideia é pegar nos ménes quando tiram o nariz dos papéis e levá-los a uns restaurantes à maneira, seguido de uns quantos sítios giros, para ajudar à digestão. Umas tantas sessões e eles iam lá querer saber quanto era o défice! O Coelhão ainda não me respondeu, mas mais não posso fazer, o país é que perde… a politica também não é bem a minha praia, ou como se diz na língua da troika, not my kind of bitch…

domingo, 26 de agosto de 2012

R.I.P. RTP2


Uma quadra para a rtp2... quem faz uma também?

Quem vê, já não vai ver
O Borges já os fodeu
Quem não vê, quer lá saber
E nesses, estou lá eu

sábado, 18 de agosto de 2012

Love is in the air, lai lai lai, lai lai lai


As noites são de Verão, estão quentes e as beibys ainda estão mais... até escaldam! Como cantam as lagartixas: "só eu sei porque não fico em casa". Love & piss!

domingo, 12 de agosto de 2012

PETIÇÃO



A favor da substituição de 3 semanas de Jogos Olímpicos no Rio 2016 por 3 semanas de Carnaval.

ACABOU!


ACABOU! Adeus Zés e Marias das medalhas: vão pela sombra e até daqui a 4 anos, se nos virmos. Agora podemos voltar a falar de desporto, please?

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

23 medals... in your face, Phelps!


Graças a estes dois doidos, acabámos de bater o recorde de medalhas do Miguel Felpas. Chupa, porco!

o stress do verão...


O Verão vai a meio e, com este calor, aqui o menino tem passado a vida a... apagar incêndios. O que mais há por aí é coisas a arder... haja mangueira para tanto fogo!

terça-feira, 19 de junho de 2012

Já te tinha dito que sou um excelente cozinheiro?


            Um man como eu, quando vive sozinho, desenvolve técnicas de sobrevivência básicas. Algumas delas, se bem aplicadas, permitem satisfazer várias necessidades ao mesmo tempo. Cozinhar, por exemplo. Ainda não chegaram lá, pois não? Então cá vai, mais uma dica para serem felizes, patrocinada pelo vosso Zé Tó.
            Como qualquer man que se preze, odeio cozinhar. Essa rabetice moderna de meter um gajo de avental à volta das panelas, é cena que comigo não pega. Mesmo assim, aprendi a cozinhar. Cozinho divinalmente bem. É isso mesmo, leram bem. Três pratos. Sempre os mesmos três pratos. Mas são de se ficarem a babar por mais. Acrescento que também faço duas sobremesas deliciosas. Apenas duas. Sempre as mesmas, pois claro. E porque motivo me terei eu esmerado a aprender com tanto requinte a fazer estes pitéus? Bom, numa única palavra: beibys!
            Algures no lai lai lai da conversa, descubro o momento ideal para lançar o isco: “já te tinha dito que sou um excelente cozinheiro?”. Elas sorriem, meio incrédulas, mandam a sua boquinha, mas acabam todas por cair que nem moscas na sopa, mais lai lai lai, menos lai lai lai.
            Muita atenção: não se podem especializar em três quaisquer pratos. Não vão convidar uma beiby para comer um ovo a cavalo com arroz e batatas fritas, ok? Tem de ser umas cenas com estilo, refinadas, cheias de nove horas. Não vos vou revelar os meus três pratos, mas sempre vos digo isto: um de peixe, um de carne e uma massa. Para todos os gostos, capice?  E, importantíssimo, também para todos os vinhos. Há beibys e beibys, tenham isso em atenção. É essencial saberem o que elas gostam de beber. Um bom copo à refeição ajuda imenso à sobremesa, if you know what i mean. Se elas forem de um bom tinto, espetem-lhes com a carne ou a massa, se estiverem numa de verde bem geladinho, o meu peixinho não falha. Podem sempre optar por um rosé ou um lambrusco, especialmente se se debaterem com uma daquelas beibys que têm a mania que não bebem (“experimenta só um bocadinho disto, se não gostares não insisto”, com o vosso melhor sorriso, tão a ver a cena?). As sobremesas também têm a sua ciência. Eu faço uma bem light e outra com chocolate quente derretido e mais umas cenas. Dependendo da pinta da beiby, afinfo-lhe uma ou outra. Normalmente, as magrinhas levam com a light e as de mamas grandes levam com a de chocolate. No menu elas é que mandam, o segredo é saber adaptar, adivinhar o que a beiby mais gosta de meter à boca. É claro que poderia ir alterando os pratos e as sobremesas, mas prefiro ir alterando as beibys, dá bem menos trabalho.
            Quando convidarem uma beiby para jantar, lembrem-se de pequenos grandes pormenores. Por exemplo, se combinarem às oito, é certo que ela só chega às oito e um quarto. Nessa altura, devem ter o jantar adiantado, mas não pronto. O ideal é faltarem uns vinte a trinta minutos, o tempo para servir dois copos e quebrar o gelo, com um pouco de lai lai lai boa onda. Não esquecer que, quando ela tocar à campainha, devem estar prontos para abrir a porta já vestidos para matar, banho tomado e a cheirar bem. Com o café, há que oferecer sempre qualquer coisa com classe. Uma ginginha, um bom porto. Algo leve e doce, Ambrósio.
            Volto a referir: odeio cozinhar. Mas faço-o sempre com muito carinho. Admito que pode ser um acto extremamente social, um bom prato, bem regado, induz e estimula o convívio entre as pessoas. Se eu consegui aprender a fazer uns pratos maravilhosos, qualquer um consegue. Sigam o conselho cá do Zé Tó: Deixem de ser preguiçosos. Aprendam a cozinhar. Agora até é fashion, uma beiby excita-se toda a ouvir um man a trocar receitas e a falar de molhos e temperos. Apliquem-se na cozinha. Especializem-se em meia dúzia de pratos e sobremesas. Depois é só ensaiar a deixa “já te tinha dito que sou um excelente cozinheiro?”. Bom apetite!

terça-feira, 5 de junho de 2012

o intrincado processo de comprar roupa, quando se é solteiro e bom rapaz

            Um destes dias fui comprar trapos. Andava a precisar de renovar o meu guarda-roupa. Sabem como é, um corpinho assim de suspirar por mais, convém andar sempre bem embrulhado, para a qualquer momento poder ser oferecido de presente a uma beiby que mereça.
            Vou-vos descrever o processo, passo a passo, a ver se aprendem alguma coisinha aqui com o Zé Tó.
            Em primeiro lugar, dou um giro pelas 2 ou 3 lojas do costume. Talvez seja um conceito de difícil compreensão para a comum das beibys, mas gajo que é gajo entra no máximo em 2 ou 3 lojas, que são sempre as mesmas. Dou uma olhada nos trapos e outra nas garinas que lá trabalham. Fica o trabalho de casa feito.
            A seguir, vem o passo essencial: correr a lista telefónica do telelé e escolher a beiby certa. Tem necessariamente de obedecer a certos requisitos. O principal é nunca ter dado umas voltas aqui com o mocinho. O segundo requisito é demonstrar uma inequívoca vontade para o fazer. Geralmente a minha escolha recai sobre uma indígena que conheci há pouco tempo, e a quem já espalhei uma boa dose de charme, de maneira a que sorria quando vir o meu número no visor. É uma táctica um pouco à imagem daqueles cãezinhos que mijam nas cenas para marcar território. Nada como as deixar a pensar em nós.
            Em bom rigor, o meu intrincado processo de comprar roupa começa muitas vezes aqui, quando conheço uma beiby que se rende aos naturais encantos cá do menino: antes do óbvio passo seguinte, penso sempre se preciso de comprar roupa. O óbvio passo seguinte, claro estar, só pode ser ligar-lhe para tomar um café.
            Quando a tenho à minha frente, sentadinha toda contente, a cheirar bem e nervoso miudinho por dentro, desenrolo o meu melhor lai lai lai, coisa e tal, lai lai lai. Esbanjo charme à doida, como se o mundo fosse acabar no dia seguinte. Dou a entender que tenho de bazar da praia, e nessa altura afinfo-lhe com a frase fatal: “tenho que ir comprar uns trapitos, mas detesto ir sozinho, não tenho paciência e gosto sempre de ter uma opinião”. Nunca falha.
            O próximo passo é garantido. Lá estamos nós, a cumprir o objectivo, dentro de uma loja a revirar os trapos e a sorrir um ao outro, com os dentes todos. Que melhor forma de comprar roupa pode um men querer, do que com uma beiby apaixonada de fresco por nós? Vai ser sincera, vai até querer dar a sua opinião, vai ter uma paciência infinita e, o mais importante de tudo, vai ter toda a atenção aos pormenores: “esse casaco fica-te largo nos ombros, as calças são giras mas apertam muito aí nos coisos, essa camisa não sei o quê, esse padrão não sei quantos, isso vai bem com aquilo, também podes usar com aqueloutro”. Como se não bastasse, ainda te diz quando algum trapo é muito caro e sabe sempre onde encontras um quase igual bem mais em conta.
            Um par de horas depois, saio da última loja, carregadinho de sacos, aviado de trapos por uns bons tempos, tendo ainda poupado uns trocos valentes. Ao meu lado, uma beiby com um sorriso feliz. Só me resta o último ponto: agradecer-lhe imenso e dizer-lhe que o mínimo que posso fazer é convidá-la para jantar fora. Nessas alturas, tenho sempre uma ideia repentina: “já sei, e se fossemos jantar a minha casa? Olha que eu sou um cozinheiro de mão cheia (mais sobre isto noutra ocasião, prometo)!”. O resto, mais lai lai lai menos lai lai lai, só acaba na sobremesa.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Lavaste-a, estragaste-a...


Chegou por fim o momento de obedecer ao teu
Olhar lânguido.
Sons enfeitiçados à luz
Ideal.
Um vinho que provámos
Em nossas bocas
Unidas,
Com o ímpeto de quentes noites de verão
A correr-nos nas veias.
Deslizou minha língua em
Contramão,
Vagueando por desertos de pele
Perfumada.
Jardim do Éden descoberto onde
Se sabia ser sua morada.
É entrar, é entrar
Por aqui são hospitaleiras as gentes.
Convite de recusa interdita. E,
De súbito
A vontade a esmorecer:
Lavaste-a, estragaste-a

segunda-feira, 14 de maio de 2012

O Ruca acabou de ser pai


            O Ruca, amigalhaço desde os tempos do liceu, acabou de ser pai. Já não o via há séculos. Urso casado hiberna meses a fio. Ainda assim, recordo com saudades as velhas noites de copos e beibys. Eu e o banco de trás do carro do Ruca chegámos a ser grandes amigos. Por essas e por outras, fui visitar o recente papá. Um urso de peluche para o bebé (como era mesmo o nome do minorca?), umas flores para a mãe e um pack de loiras para entornar com o pai.
            Cheguei lá, o puto estava a curtir nas mamas da mãe, que por sua vez, transbordava felicidade por aquelas banhas todas. Tantas as vezes que tive vontade de fazer um filho àquela jovem donzela e agora, que a via de mama de fora, nem conseguia sequer imaginar a cena. Coisas da vida.
            Havia mais visitas. Tias e primas sopeiras de rabo grande e dedos cheios de anéis. Ao fim de cinco minutos, cutchi cutchi, eu já não aguentava a conversa. Sai a este, sai àquela, cutchi cutchi, é parecido com esta, mas o nariz não sei quê e a boquinha não sei quantos, cutchi cutchi. E come bem? E à noite, como é à noite, deixa-vos dormir? E o cocó? Cutchi cutchi!
            A custo lá consegui desviar o Ruca para a cozinha. Abrimos duas minis geladinhas. Um brinde ao puto e a primeira coisa que lhe disse foi “estás lixado”, mas com f. Riu-se, o inconsciente.
            Perguntei-lhe há quanto tempo não pinava. Nem vou divulgar a resposta. Só vos digo que é de se ter pena. E acrescento que desta vez já não se riu. Ainda para mais a mulher tem a pombinha em obras. Coisa para um mês, mês e meio. Pelo menos. Já se sabe como é neste país, ninguém cumpre os prazos. Para desanuviar perguntei-lhe que tal era a maternidade. “Muito boa, correu tudo bem”. Nem percebeu que eu queria era saber das enfermeiras. “Zé Tó, só tu meu. Foste o único tipo que me perguntou se as enfermeiras eram boas”.
            Bebemos outra mini. Ainda há homens sérios. Casado há quatro anos. Sempre fiel, a grande besta.
             - Mas tu achas que vais mesmo passar o resto dos teus dias a ser fiel à tua beiby, men? E queres melhor altura para pular a cerca? Por acaso é pecado? (ups…). Pode até ser, e daqueles mortais e tudo, mas moralmente devia ser permitido. Pelo menos nestas circunstâncias. Ainda acrescentei um monte de blá blá blá, mas depressa vi que estava a perder o meu tempo.
            - Ruca, tens por ai uns amendoins? 
            Bebemos mais uma mini. O minorca desatou a chorar, voltámos ao quarto.
             - Então, de que estiveram a falar?
            - Das vacinas do menino. Estive a dizer ao teu marido para não se esquecer de dar nenhuma.
            Saiu-me. O Ruca ficou a olhar para mim de olhos muito abertos. Vim embora mal pude. Acompanhou-me até à porta.
             - Tenho a impressão que tu foste o único que me veio ver a mim e não à minha mulher e ao puto. Um dia destes vamos ver uma futebolada ao café e beber mais umas quantas.
             - É só dizeres, men.
            Dei-lhe um grande abraço. Tenho a certeza absoluta que só o voltarei a ver no próximo filho. Ou quando se divorciar. O que quer que aconteça primeiro. Vai uma aposta?


domingo, 6 de maio de 2012

Feliz dia da Mãe


Feliz dia da mãe, beibys! Filhos não é bem a minha praia, mas era menino para vos relembrar como os fizeram. Não sejam timidas, liguem, mas só quando vos passar a lamechice, ok?

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ode aos coisos




Oh, c...oisos acabados em ões
Eternos pendentes do meu ser
Sem vós, não mais haveria tesões
Findava-se a vontade e o querer

Tão frágeis e desprotegidos
A uma triste sorte abandonados
Tantas as vezes que, esquecidos
...
Passam pelos dias, cheios e desconsolados

Oh, ternos coisos do meu coração
Do milagre da vida sois guardiões
Quão injusto é, no fulgor da acção
Deixar-vos de fora, bravos foliões

sexta-feira, 27 de abril de 2012

umas dúvidas que me assistem...


Para os adeptos do FêCêPê, em especial os que leram o grande romance da promissora escritora Carolina Salgado:

O Jorge Nuno foi espalhar o seu charme no Bernabéu com a namorada, no recente Real Madrid vs Bayern Munique, onde ficou sentado ao lado de vários vips do mundo da bola. Dado que o jogo foi a penalties, ou seja, tudo junto deu para aí umas duas horas e meia, há duas dúvidas que me assistem, e para cujo esclarecimento conto convosco:
O homem está melhor da flatulência? A nova namorada também fuma?

terça-feira, 24 de abril de 2012

o meu escritor favorito



Sexta à noite. Eu e o Jaimito fomos espalhar charme. Começámos no café do Alfredo, um chazinho de cevada num número respeitável de garrafas de 20cl. Ajuda a digestão e acompanha bem mais uma vitória do Glorioso, ao vivo e a cores na tv. A seguir, fomos fazer a ronda nocturna, ver como é que as beibys se estavam a portar. No segundo bar onde entrámos, o radar detectou duas loiras, altas e todas freaks, com sorrisos marotos para distribuir. Fomos dar-lhes um hello e perguntar o que estavam a beber. Um conselho cá do Zé: as nórdicas são sempre o melhor alvo. Não falha. São pragmáticas e têm incutida a cena da eficiência que caracteriza aquela gente. Sabem o que querem e o que fazer para o conseguir. Não há cá nhó nhó nhó, nhó nhó nhó. Estas eram dinamarquesas. Despachei a de rabo grande para o Jaimito e encostei-me à de mamas pequenas. Comecei a desfiar o protocolo, tudo em inglês: de onde és, que vieste cá fazer, gostas de Portugal, sim somos bué hospitaleiros, onde já foste, quantos dias ficas aqui, tens mesmo de ir ali, lai lai lai, lai lai lai. Estão a ver a cena, certo? Depois passamos para cenas mais pessoais, gosto desta música, já vi um concerto deles, há uns anos isto e aquilo, tenho uma amiga que também é de não sei onde, lai lai lai, lai lai lai. Eu e o Jaimito dominamos o protocolo.
Pelo canto do olho ia-me apercebendo que provavelmente me precipitara na escolha. A conversa do Jaimito ia já bem mais adiantada. A que me calhou gostava de ler. Fartou-se de me tentar descrever o prazer que os livros lhe proporcionavam. E aqui o Zé, sim sim, também adoro livros minha, very nice, bebes outra? Estava apaixonada pelo Fernando Pessoa. Eu disse-lhe que o gajo já tinha morrido e ela riu-se, que eu era very funny. Se eu gostava do Pessoa? Adorava minha. Ela estava agora a descobrir Saramago. Sim sim beiby, também gosto, pois claro, mas não te apaixones muito, que esse também já foi. Very funny. A seguir, pergunta-me por autores recentes. Quais é que eu lhe recomendava. Até suei. O Jaimito já não estava em condições de me poder ajudar. Pensei rápido. Diz um nome Zé Tó, um nome que soe a escritor. Comecei a rever mentalmente o onze do Benfica: Maxi Pereira, Luisão, Garay, Emerson, Javi Garcia, já começava a desesperar, Witsel, Gaitán, Nolito, Aimar, Saviola, até que por fim… surgiu o nome do meu escritor português favorito da actualidade: Óscar Cardozo. Com Z, tas a ver minha, à artista. Muito bom. Recomendo vivamente. E qual o estilo dele? Essa é fácil, o gajo é directo ao assunto, não tem muito rendilhado nem fantasia. É curto e grosso, mas muito eficaz. Ocorreu-me uma tirada de génio: olha beiby, se fosse um futebolista, seria um ponta-de-lança: está lá sempre no sítio para as meter lá dentro, mas não lhe peças muitos rodriguinhos que ele não é disso. Another beer? Vai ter de ser, para ver se paras com essa cena da literatura. Nunca tinha visto uma esponja de olhos azuis. Nessa noite constatei que a cerveja pode fazer crescer a barriga, mas de certezinha absoluta que não faz crescer as mamas.
A coisa correu como tinha de correr. Acabou como se impunha. Não foi um jogo por aí além, estão a topar? A loira tinha demasiada poesia nas veias. Ao fim da primeira parte já estava a apontar o meu número. Ainda pensei que por aquele andar acabávamos a trocar de camisola no fim do jogo. Foi demasiado amor, tudo muito bonito, ela conduzia sempre dentro dos limites de velocidade. Valeu por ser mais uma internacionalização pela equipa das quinas. I’ll call you, promise. Aposto que ligas, especialmente se pesquisares esse meu escritor favorito. Love & piss!