sábado, 28 de julho de 2018

Clítoris: lambidela 6

"Quando me levantei, senti que estava no ponto de rebuçado. Não podia ir para casa sem tentar a sorte. Fui mijar, peguei no telemóvel com a mão livre e gritei-lhe da casa de banho:
- Vidrinhos, diz aí uma letra do abecedário ao calha.
- R, de rata....
Percorri a lista de contactos, letra R. Estava bêbado, não havia como não o admitir. Mas era uma bebedeira controlada e feliz. Passadas umas tantas R qualquer coisa, o visor devolve-me um nome, Rute, que foi como se me estivesse a piscar o olho. Não tive dúvidas, quando me bate um feeling, sigo-o sempre. Liguei-lhe.
- Zé Tó, a quereres dar uma queca a um final de tarde de Domingo?
Sempre gostei da Rute, é bruta que nem uma porta, sem ser bruta que nem uma porta. E fode como uma cadela no cio. Não faço ideia porque raio me fartei dela tão depressa.
- Isso quero sempre, bebé, mas bateu umas saudades tuas ao fim de meia garrafa de whisky e acontece que não estou longe de tua casa.
- Estou com o período, amor da minha vida. Mas acredito na parte da meia garrafa de whisky. Se continuares com saudades minhas na próxima 6ª feira, liga para me levares a jantar fora. Prometo-te que fodemos até de madrugada.
- Adoro esse teu lado romântico, princesa.
- Aposto que já estás de pau feito, garanhão. Promete que vais pensar em mim quando estiveres a bater uma.
- Está prometido. Palavra de escuteiro.
- Não me vais ligar na 6ª, pois não, seu putanheiro?
- Não percas as esperanças, bebé, nunca se sabe.
Desligou. Como é que a humanidade permite que uma tola destas tire o curso de enfermagem? Pior ainda, que exerça a profissão.
- Tiveste sorte, Vidrinhos, um ciclo menstrual poupou-te uma boleia até Carcavelos.
- Fode assim tão bem, para ires quase ao fim do mundo em cuecas?
- Quem dera à tua irmã."


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