quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Clítoris: lambidela 17

"Um dia talvez me aconteça, originalidade das originalidades, apaixonar-me por uma mulher. Ela terá um nome, um passado, um rabo, um par de pernas e umas mamas, tal como todas as outras. Sorrirá, fará cara de chateada, tal como todas as outras. E eu apaixonar-me-ei por ela, vá lá alguém tentar perceber como e porquê. E será aí que tudo começará a correr mal. Porque é suposto eu seguir um certo conjunto de regras, como abdicar de todas as outras bajai...nas e comer só aquela dali em diante. Como se isso fosse algo que se pudesse programar na gaita de um gajo, carregando num simples botão.
Talvez um dia me apaixone a sério. Tal como nos filmes. Com música de violinos e essas merdas. Não serei eu a dizer que não. Quem sabe um dia? A verdade é que alimento dentro de mim um sonho: comer uma gaja em todos os países. Experimentar todas as raças, todas as tribos, todos os tamanhos, todas as cores, todos os credos, esgotar o catálogo de cricas à face da terra. Sinto em mim uma necessidade atroz de sexo. Como se apenas no orgasmo aplacasse uma fúria que sei morar-me no peito. Não é que não tenha sentimentos. Serei um filho da mãe, mas jamais má pessoa. Na pior das hipóteses sou um distraído filho da mãe. Não é que use as mulheres, que as engane com palavras dengosas, a verdade é que apenas as consigo amar por breves períodos de tempo de cada vez. Isto fará de mim um tarado sexual, aos olhos de muita gente. Não percebo porquê. O que eu tenho é um apetite sexual infindável. Preciso do sexo para me equilibrar mentalmente. Só depois do orgasmo, consegue vir ao de cima o melhor de mim. No fundo, sou um escravo das mulheres. Não lhes consigo resistir, tenho de ter sempre uma de perna aberta à distância de um estalar de dedos. Sou um doente mental? E então que dizer dos gajos que, de livre vontade, correm a maratona? São perfeitamente sãos?"


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