quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Clítoris: lambidela 39

"Ao terceiro dia, depois de muito andar às voltas, demos com um parque enorme, o Vondelpark. Estava cheio de cromos a fazer desporto, a passear a porra dos cãezinhos, casais a namorar, velhos a vegetar e, alegria das alegrias, bajainas de todas as cores, tamanhos e feitios parque fora, em grupos, deitadas na relva a beber, a apanhar sol, a tocar guitarra, ou simplesmente à espera de pila. Amei aquele parque mal dei dois passos lá para dentro. Foi uma unanimidade entre os quatro. Passámos a ir lá parar todos os dias, tornou-se um ritual arrastarmo-nos até lá, carregados de cerveja, amendoins, batatas fritas e mais sandes. Nunca comi tantas sandes na minha vida. Peidávamo-nos e cheirava a sandes de queijo e salame. Foram dias leves, levitámos por eles numa doce semi embriaguez permanente, que acabava a cada noite em intoxicações etílicas e espirituosas de meter respeito. Faltava no entanto um poderoso ingrediente àquela equação divina: pachacha. Metemo-nos com mais de 500 gajas naqueles dias em Amesterdão, uma noite ou outra um de nós chegou mesmo a trocar uns beijos e uns amassos com seres humanos que se nos afiguraram, na bruma do álcool que nos corria nas veias, como fodestíveis exemplares do sexo feminino. Ainda assim, tudo somado sabia a muito pouco. Eu já me estava a preparar mentalmente para ir procurar a Senegalesa com crica de ouro, para me despedir em beleza de Amesterdão, quando aconteceu finalmente uma aventura digna de ser contada.
Foi no penúltimo dia. Tínhamos entrado no parque, todos já de bem com a vida, muitos sorrisos e gargalhadas, quando uns braços se agitam na nossa direcção, vindos de uma enorme manta estendida num relvado em frente a um dos lagos.
- Hi guys!
- Hello! – respondemos, gulosos, em coro.
- Need help to drink all that?
Aquilo era bom demais para estar a acontecer. Quatro miúdas holandesas, entre os 21 e os 23 anos, todas de calções de ganga curtos e tops justos, a aproveitar o sol. Aos meus toldados sentidos pareceram fotocópias umas das outras: pele muito branca, longos cabelos claros e ondulados, mamas qb, pernas compridas e sorrisos fáceis. Como que por magia, tínhamos caído num argumento de filme porno. Se tudo corresse bem, em menos de dez minutos estaríamos todos a foder como mandam as sagradas escrituras. Bom, não foi assim tão fácil. A coisa demorou umas duas ou três horas. Elas não estavam propriamente sóbrias e depois de partilharmos com elas o nosso arsenal etílico, ficaram bem aceleradas. Da conversa toda, só retive que eram estudantes universitárias em final de exames, a precisarem de se divertir um bocado. Concentrei-me e consegui decorar que a que ficou ao meu lado se chamava Lotte. Aos poucos, fomos deixando de falar em grupo para nos dispersarmos por várias conversas, mais ou menos simultâneas. A tarde ia-se transformando em início de noite quando, para meu espanto, o Vidrinhos e a sua pita holandesa começam aos beijos. De risinhos meio embaraçados e olhares a fingirem-se envergonhados, passámos todos à acção. Aquilo devia ser bonito de se ver: quatro pitas holandesas atracadas a quatro marmanjos latinos, tudo para ali aos beijos, por entre garrafas vazias e pacotes amarrotados de batatas fritas. Minutos depois, estávamos a ir para um lado qualquer, que nenhum de nós se preocupou muito em tentar perceber o que era e onde ficava. A tesão, como sempre, falou mais alto.
Demos por nós a entrar num pequeno apartamento. Eu fiquei de olhos esbugalhados, aquilo prometia um bacanal doido, mas não demorou muito para ficar bem claro que isso estava longe de passar pela cabeça daqueles bifes tenrinhos de olhos azuis. Eu tive sorte, aquilo devia ser da Lotte, porque ela foi ao frigorífico, pegou em duas cervejas e levou-me pela mão para um quarto, trancando a porta. Não me fiz rogado e assumi o comando das operações. Despi-nos aos dois, enquanto partilhava uma das cervejas com ela e trocávamos longos beijos. Deitei-a na cama, despejei-lhe um gole de cerveja no umbigo, deixei que lhe escorresse até à crica totalmente rapada e comecei a lamber com gosto e dedicação à arte. Não demorou a ficar toda encharcada e achei por bem enfiar três dedos marotos naquela gruta, a ver se descobria petróleo. Com a mão livre, acabei a cerveja. Dava o meu último gole, quando ela começa a uivar:
- Make me cum, make me cum, ohhhhhhh, make me cum, make me cum…
Aquilo era um delicioso mantra para os meus ouvidos e foi um prazer fazer-lhe a vontade. Contorceu-se toda, se eu não soubesse onde tinha a mão, diria que ela estava a ter um ataque de epilepsia. Veio-se com vontade e empenho e logo depois fez questão de se mostrar agradecida. Sentou-me na cama, ajoelhou à minha frente e começou a brincar com o Onofre. Chupava muito mal. Tão mal que ao início pensei que aquilo só podia ser brincadeira. Eu fiquei ali, desorientado, a pensar como é que uma miúda quase muito gira, quase muito boa, mas no conjunto bastante fodestível e (uma grande vantagem) com tanta disponibilidade para o ser, conseguia ser um desastre tão grande no broche. Cheguei a debater-me com um problema de consciência, estava na hora de alguém lho dizer, não me custava nada explicar-lhe uma coisa ou duas. Lembrei-me que no dia seguinte iria embora e que nunca mais a veria. Se eu estava ali, naquele instante, a ser vítima do silêncio de muitos que, antes de mim, passaram pelo mesmo e não ousaram abrir a boca, não seria eu que me ia pôr a dar aulas grátis para proveito de terceiros. Deixei-a uns minutos entretida a enervar o Onofre, fazendo a minha melhor cara de êxtase, enquanto ia pensando na deusa da foda Senegalesa. Entretanto, chegam até nós uns distintos gemidos, vindos de uma divisão próxima. Alguém ali não tinha sentido de decoro, até para nos virmos há limites, mas aquilo deu-me ganas de não ficar para trás, peguei na nossa dedicada e trapalhona Lotte, deitei-a na cama, empinando-lhe o rabo no ar e fui-me a ela, com toda a ganância, perfurei-lhe o bacalhau ainda todo húmido com raiva e decidi que não perdia nada em dizer-lhe a verdade, já que ela não ia perceber uma única palavra:
- Chupas tão mal que até enerva, sua puta delicada, mal posso esperar para te encher essa rata de leite de boi e se não estivesse meio bêbado mandava-te era já para o caralho.
Disse-lhe aquilo devagar, com a voz mais sensual de que fui capaz e pouco depois vim-me com urgência naquela bajaina apertadinha e húmida. Considerei-me vingado e de contas ajustadas com aquela miúda. Ela queria beijinhos e abraços e eu só queria embebedar-me até cair e pôr-me dali a andar. Os gemidos continuavam, um pouco por toda a casa e eu não tive outro remédio senão aguentar. Que raios, aquele bife não era nada de se deitar fora, uma carninha tenrinha daquelas não me vinha parar ao prato todos os dias. Fiz por esquecer o quanto ela chupava mal e prometi-me não repetir o erro. Deixei-me ficar por ali, a explorar todos os recantos daquela pele macia, a beijar aqueles lábios bem delineados, a perder-me em divagações naqueles olhos clarinhos, até que dei por mim cheio de febre entre as pernas. Deitei-a na cama, com gestos românticos, como nos vídeos porno fofinhos, abri-lhe as pernas e penetrei-a devagar. Fiquei ali, para trás e para a frente, numa de temos a noite toda. Beijava-lhe os lábios, as mamas, o pescoço, parecia um gajo loucamente apaixonado, mas o que eu queria mesmo é que ela fosse contar às amigas a valente foda que eu era. Queria vingar-me daquela rata na rata das amigas. É doentio, eu sei, mas a verdade é que a fodi com requinte, com ternura, direi mesmo que com paixão, como que se lhe quisesse dizer: “é assim que se faz, minha porca”. Por outro lado, senti que a chinfradeira acabara, o resto da malta já devia estar a ver televisão ou a jogar às cartas, aquilo era mais forte que eu, tinha de me armar em herói do pito, pelo que me aguentei o mais que pude, quando senti que me estava quase a vir, parei, saí de dentro dela, dei-lhe uns quantos beijos e pedi-lhe para ficar ela por cima, a cavalgar-me. Com isto, o Onofre recuperou o fôlego e foi como recomeçar do início. Ela estava desejosa de festa e ficou ali a fazer pela vida. Às tantas, foi com uma mãozita marota ao clítoris, e pouco depois desata num berreiro duvidoso, entre o orgasmático e o violência doméstica. Veio-se desabrida e deixou-se cair sobre mim. Do outro lado da parede, explodiu uma salva de palmas, misturada com gritos de Bravo e Bis! Senti-me o rei da foda, apertei o corpo dela contra o meu, finquei as mãos nas nádegas magrinhas dela e meti a quinta a fundo. Um minuto depois, vinha-me com toda a ganância dentro daquela passarinha tão hospitaleira.
Saímos do quarto, já vestidos, e fomos saudados como heróis de guerra."

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