quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Clítoris: lambidela 37

"Julgo que naquela altura eu podia dizer com propriedade que tinha uma amante. O normal é um tipo quando vai para velho arranjar uma pussycat mais nova. Eu andava a fazer o percurso inverso. Tinha uma namorada dois anos mais nova que eu e, para desenjoar, uma amante uns bons 14 anos adiantada no calendário. A verdade é que estava cada vez mais enjoado da namorada e mais entesado pela amante. A Cláudia era uma amante maravilhosa e não exigia nada em t...roca. Pouco nos víamos, mas todos os dias conversávamos no Messenger. Por vezes dava-nos os apetites e a meio da noite um de nós ia, ao melhor estilo adolescente em campo de férias, ao apartamento do outro, a tentar não fazer barulho. Bebíamos um copo ou dois ou três e íamos metendo orgasmos pelo meio, tudo sempre com muito carinho e o requinte possível. A Cláudia gostava de falar e eu adorava ficar a ouvir aquela voz rouca a contar histórias acerca do seu ex-companheiro. Lembrava-me da voz esganiçada da Marlene e até sentia arrepios nos neurónios. Nessas noites cheguei a pensar que se a Cláudia fosse uma bajaina das minhas idades, eu estaria metido em apuros sérios. Assim, ela representava para mim a relação perfeita: boas conversas, melhores fodas e nada de chatices nem obrigações.
As semanas foram passando sem grandes fugas à rotina feita do trabalho por turnos no hipermercado, jogos da bola, fodas, bebedeiras, idas ao ginásio e passeios com a namorada, que incluíam o ocasional convívio com a sua horda de amigos fastidiosos. Nada de muito mau, nada de extraordinário e seguramente nada de original. Até que chegou o dia de apanhar o avião para Amesterdão."


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