"Duas horas depois, quando me levantei para pagar, lembrava-me do meu nome e sabia que estava algures em Lisboa. Falavam para mim e eu sorria. Sorria continuamente e respondia “sim”, fosse ao que fosse. Fomos a pé até um bar qualquer e alguém teve o bom senso de me enfiar uma água das pedras na mão.
- Podes beber à vontade, Zé Tó, já enfiei gin lá para dentro.
Sorri, bebi um gole, soube que não era verdade, mas continuei a beber. O ar fresco da noite como que me despertou de uma espécie de hipnose, fez-me ter consciência do quão bêbado estava. Soube, por experiência acumulada, que se parasse era o meu fim. Entrei naquele bar, corri para a pista e dancei como um demónio possuído. Dei por mim e tinha uma magricela enfiada num vestido azul a dançar comigo. Estávamos os dois por nossa conta, eu tinha os neurónios a nadar em cerveja e bagaço, os dela flutuavam em químicos, mas a única coisa que importava era aquele corpo ali, a contorcer-se no mesmo ritmo alucinado que o meu, sintonizados numa frequência que sabíamos ser os únicos ali a experimentar. Eu tive a perfeita noção de ter o bar inteiro de olhos postos em nós e adivinhei que ela percebera o mesmo. Aquilo tinha de parar ou, pelo menos, ter algum desenvolvimento, não podíamos ficar ali a dançar que nem possessos o resto das nossas vidas. Eu tinha seis amigos de infância todos torcidos por ali perto, sentia-me protegido, pelo que aproximei os lábios do ouvido dela e disse:
- Se te der um beijo, aqui e agora, quebra-se o encanto?
- Ou isso ou vivemos felizes para sempre…
Rimo-nos os dois. Peguei-lhe nas mãos com as minhas e dançamos um pouco mais, num desvairado corrupio. Trocámos um primeiro beijo, a medo, lábios com lábios, gostei do cheiro dela, estreitei-a a mim e roubei-lhe outro, ousado e provocador. Fiz menção de continuar a dançar, ela sorriu de olhos fechados, agarrou-me pelo braço e gritou-me ao ouvido:
- Anda comigo.
Segui bar fora, furando por um mar de corpos, sem ver nenhum rosto, puxado pelo braço dela. Trancámo-nos num cubículo da casa de banho das mulheres.
- Nada de foder. Tirando isso, tens cinco minutos, Fred Astaire.
Baixei-lhe as alças do vestido, chupei umas mamas minúsculas com volúpia, enquanto a minha mão trepava por baixo daquele vestido, coxas acima. Acariciei-lhe a passarinha, com gestos lentos e delicados, enquanto a beijava e descia com os lábios pescoço abaixo até àquelas mamas que pareciam duas ameixas sumarentas e que eu chupava com avidez. Deixei-a sofrer um bocado e quando a senti a arfar-me no ouvido, puxei-lhe as cuecas para o lado e enfiei-lhe dois dedos com todo o meu amor, ao mesmo tempo que sentia uma mão marota a percorrer-me o Onofre de alto a baixo. Desapertou-me a braguilha com mestria e tirou-o para fora em menos de um micro segundo. Ajustámos as posições dos nossos corpos, ela contra a parede e eu de forma a que conseguisse manobrar dentro daquela rata húmida enquanto ela brincava com o meu menino. Uma ou outra vez, olhou-me com malícia, levou a mão à boca, lambendo-a lascivamente, para a deixar repousar em seguida na cabeça do Onofre, que lhe pedia mimo. Por mais estranho que pareça, foi só ali, naqueles instantes carnais, que olhei para ela com atenção. Era bem mais feia do que me tinha parecido e um bom bocado mais velha do que eu, o que foi o que mais me surpreendeu. Eu tinha os dedos ensopados com os fluídos que saíam de dentro da rata dela, senti-me enganado por aquela gaja, que se aproveitara da minha bebedeira atroz e fazia uns esgares horríveis enquanto eu a trabalhava, decidi acabar com aquilo o mais rápido possível, enfiei-lhe outro dedo e pousei a minha mão livre em cima da dela, indicando-lhe o ritmo que queria. Deixei que me masturbasse e fiz por me vir o mais depressa que consegui, nem sequer a avisei quando o Onofre começou a jorrar champanhe branco por todos os lados. Tirei-lhe a mão de dentro da rata, limpei-a nas mamas delas, enfiei o Onofre na toca e saí sem uma palavra.
O André já me aguardava, pegou-me no braço e, com os seus melhores modos, começou a empurrar-me para a saída:
- Anda garanhão, para a próxima tenta reparar se a gaja com quem te metes veio com o namorado.
Olhei para ele, com ar espantado.
- Sim, deu um chinfrim do caralho, parabéns. Mas quem tem um gorila como o Zezé, tem tudo neste mundo. Agora bico calado e tenta não olhar para ninguém, até estarmos na rua.
Embora me sentisse bem mais sóbrio, optei por continuar a sorrir. Mal me pôs os olhos em cima, o Diogo não mais me largou:
- Fiz um vídeo às escondidas, meu filho da mãe, tu a dançares com aquela coisa de vestido azul. Vou-te transformar numa estrela de cinema!
Sorri, fechei os olhos, respirei fundo e perguntei:
- Vamos para onde? Já estava capaz de beber qualquer coisinha."
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