"Parece que uma das resoluções de ano novo das últimas cricas que tive em 2016 foi a de me mandarem passear o quanto antes.
A primeira foi a Adelaide. Enviou-me uma sms, a combinar um café. Adivinhei logo tudo. Fiquei a pensar no porquê do mulherio gostar tanto de me mandar à fava com um cafezinho pelo meio. Mal me sentei, ainda ela não tinha aberto a boca, já eu estava a sentir saudades daquela bajaina molhada e mijona, com uma pintelheira tão hipp...ie a acompanhar. Deixei-a falar, dei por mim melancólico, não ouvi metade do que me disse, mas acordei do meu transe à frase “acho que o meu marido já desconfia de alguma coisa”. Rematei a conversa com meia dúzia de frases cheias de mel pegajoso. Ficaríamos bons amigos, sempre a minha opção favorita, atrás de uma boa amiga há de existir sempre uma bajaina ou duas para nos serem apresentadas, assim a ocasião o proporcione.
A sopeira da Susana não quis ficar atrás e nem uma semana depois, entrava eu na Doçuras todo espalha magia, já ela vinha toda pimpona até mim:
- Olá charmoso, teve boas entradas?
- Olha, por acaso foram maravilhosas. E tu, princesa?
- A princesa entrou no novo ano apaixonada como nunca antes.
- Namorado novo? Partes-me o coração…
- Não soubeste dar valor, mas há mais quem saiba.
E foi assim que, ainda antes de pedir um galão e uma torrada, já outra bajaina tinha bazado da minha praia. Esta com requintes de malvadez e azedume. A grande sopeira, a querer atirar-me à cara que tinha namorado, como se eu me importasse um cagalhão. Como é que eu fui descer vaginalmente tão baixo? E, bem pior, como me deixei andar a comer esta pizza desenxabida tanto tempo?
Caguei na Susana e pus-me a ler o jornal desportivo. Pelo canto do olho, ia-a vendo a abanar aquele rabo gordo, toda contente consigo própria, a falar alto para os clientes, com a sua voz dengosa e irritante.
Dei comigo a pensar que há uma qualquer constelação cósmica vaginal perfeitamente alinhada para me pôr no prato, umas a seguir às outras, toda a espécie de pussycats. Ou isso ou há por aí alguma associação criqueira, organização em grande detalhe, para cada uma das suas membras ter direito a brincar com o Onofre. Mal acaba a vez de uma, aparece logo outra à espreita.
Fosse o destino, fosse apenas a puta da vida, a verdade é que mais valia uma passarinha na mão que duas a voar. Foi ali, enquanto comia a minha torrada descansado, que decidi que iria namorar com a Marlene. Não me poderia fazer grande mal, era Inverno, os dias estavam gelados, pouco convidativos para sair. Uma bajaina saltitona debaixo dos lençóis, um gajo não pode exigir muito mais desta vida, pois não?"
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