quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Clítoris: lambidela 46

"Eu tinha ido matar saudades da Fátima. Foi uns tempos depois de ter acabado com a Marlene. A Cláudia fora de férias à rico para uma ilha paradisíaca com uns amigos e o Onofre andava ressentido de tanta punheta. Como se costuma dizer, os amigos são para as ocasiões e a Fátima e o Onofre, desde que se reencontraram, tinham-se tornado bons amigos. Eu tinha ido ter com ela a seguir a uma noite de copos sem história, para não lhe atrapalhar o horário de trabalho. Levei os charros, o gin era por conta dela. A ideia era passar lá a noite, por isso começámos por beber e fumar até tudo andar à roda à nossa volta e só depois tratámos dos orgasmos, e sou menino para jurar a pés juntos que acabaram por acontecer.
Acordei tão ressacado que me deixei cair da cama e fui chão fora a gatinhar até à casa de banho, onde a muito custo me meti debaixo do chuveiro. Foi ali, a levar com água morna nos cornos que somei dois mais dois: o Adérito fazia anos dali a uma semana, eu tinha combinado que passava lá em casa e, como andava enjoado até quase à náusea daquelas gémeas gordas e viscosas, decidi que o ia levar à Fátima. Mal consegui articular os pensamentos e transformá-los em palavras com sentido, expliquei-lhe o meu plano: ela arranjava uma amiga e combinávamos uma festa privada. A Fátima ficava com o Adérito e eu com a amiga. O resto era com ela. Esforçando-se o suficiente, tinha ali um cliente para lhe deixar umas gorjetas generosas. Ela ouviu tudo com atenção e concordou logo, sem hesitar um segundo. Quando nos despedimos, sorriu-me e perguntou:
- Preferes loira ou morena?
- Uma com uma pombinha de ouro, como tu.
Disse ao Adérito que lhe ia apresentar umas amigas, o gajo alinhou e eu tratei de tudo. Tive o pressentimento que as coisas iam correr bem. Eu já tinha comido ambas as gémeas e ficavam a uma boa milha da competência fodestória da Fátima. É bem certo que nisto da bajaina há gostos para tudo, mas sentia que ele ia gostar da minha prenda.
Cravei o carro ao Vidrinhos e, no dia combinado, fui jantar a casa do Adérito. Duas horas depois, entrámos no carro a cantar o fado, eu conduzi meio ao sabor do vento mas lá cheguei onde queria. Mal entrámos deu para perceber que a Fátima se tinha esforçado, o apartamento estava limpo de cima a baixo, a sala com a luz ideal e havia uma música romântica a tocar de fundo, a convidar a um pezinho de dança. As apresentações foram feitas, a amiga dela era uma toira morena com o corpo cheio de tatuagens mas, de alguma forma, tinham bom gosto e não eram demasiado. Lembro-me de ter pensado que uma mulher com um corpo daqueles, que exalava sexo por todos os poros, só podia ter dado em puta. Disse que se chamava Evita e era de um qualquer país de Leste. Alta, magra, com umas mamas compradas e algo exageradas e uns lábios cheios de botox. Bebemos um gin para quebrar o gelo e começámos a dançar. A Fátima tinha-se agarrado logo ao Adérito, nem lhe deu a oportunidade de escolher aquele animal sexual que eu tinha nos braços. O gajo não pareceu importar-se minimamente e tudo estava bem no universo. Mais dança menos dança, a coisa foi ficando cada vez mais intensa, apalpa aqui, apalpa acolá, eu e a Evita fomos os primeiros a bater em retirada. Foi uma fodinha gloriosa, tão gloriosa quanto consegue ser uma foda com uma puta que, como é óbvio, só está ali por amor. Voltámos para a sala e eu nunca tinha visto o Adérito com os olhos tão arregalados. Estava visivelmente feliz e mais ficou quando aquelas tolas tiraram um pequeno bolo do frigorífico e lhe cantaram os parabéns. Brindámos com champanhe, comemos uma fatia de bolo, voltámos a dançar e quando elas calcularam que o pobre velhote já tinha tido tempo de se recompor, levaram-no as duas pela mão e dedicaram-lhe uma serenata de lábios, deixando-me ali no sofá da sala, a acabar a garrafa de champanhe. Brindei comigo mesmo, certo de que a noite tinha sido um sucesso. A brincadeira não me ficara barata, mas encarei aquilo como um investimento no futuro e um favor que fazia a uma amiga do peito, ou do pito, talvez seja o mais correcto. A dada altura, a curiosidade foi mais forte e pus-me a espreitar pela porta. O que vi deu umas cócegas terríveis ao Onofre. Quando voltaram à sala, o pobre do Onofre estava feito num farrapo. Fizemos um novo brinde, dançámos mais um pouco, desta vez íamos trocando de par. Eu tinha um problema sério entre as pernas por resolver e fiz vê-lo à Evita, que se prontificou a tratar do assunto. Voltámos ao quarto e menos de trinta segundos depois já eu lhe enfiava o Onofre por trás, com toda a ganância, carregando no acelerador a fundo. Dei-lhe uma fodinha à coelho e vim-me em menos de dois minutos, que era o que ambos queríamos que acontecesse.
No regresso a casa, passava das quatro da manhã, o Adérito, podre de bêbado e de felicidade, agradeceu-me umas vinte vezes a noite que lhe proporcionei. Estava chato como nunca o vira e foi um enorme alívio deixá-lo à porta de casa e conduzir de volta à minha.
Se eu sabia que a noite tinha corrido bem, tive a confirmação disso mesmo alguns dias depois. A Fátima ligou-me para me confidenciar que o Adérito a tinha voltado a visitar. Pela gorjeta que lhe deixara, não podia haver dúvidas de que tinha ficado encantado. Love is in the air!"

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