quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Clítoris: lambidela 23

"Fomos a pé, a caminhar devagar e bastante alegres, ainda a comentar o jogo. Parecíamos, sem qualquer dúvida, pai e filho a partilhar umas horas prazenteiras de um Sábado sem novidades. Dei por mim a pensar que o meu velhote nunca me levou à luz a ver um jogo. Muito menos fomos juntos às putas. Teve falhas graves para comigo, o raio do velho, não tive muita sorte com o pai que me calhou na rifa. Chegámos ao destino, ainda estes pensamentos me dançavam nos neurónios. Nem cinco minutos demorámos, o Adérito era um gajo prático, escolhia as putas pela proximidade geográfica. Tocou a uma campainha de um terceiro andar de um prédio igual a milhares de outros em Lisboa. Abriu-nos a porta uma morena brasileira, baixinha e roliça. Fez uma grande festa ao velhote e a seguir olhou-me gulosa:
- Nossa, Adérito, quem é esse gostosão que você trouxe prá genti?
Entrámos para a sala, veio ter connosco outra brasileira, também morena, também baixinha e roliça. Nenhuma delas era bonita, sem serem propriamente feias. Ambas tinham longos cabelos pretos, a caírem direitos até meio das costas e franja à Cleópatra. Vestiam apenas um curto robe, que deixava ver a lingerie preta a revestir uma coxa grossa e mamas enormes. Era fácil adivinhar os gostos do meu senhorio. Eu tive a perfeita noção que o grau etílico que me passeava no sangue ajudava muito na benévola apreciação das moças, mas não estava ali para me armar em esquisito. Nem sequer me dei ao trabalho de tentar decorar os nomes que disseram que tinham. Fizemos um pouco de conversa da treta, o Adérito esparramou-se no sofá e a que nos abriu a porta sentou-se-lhe no colo. Percebi a dica e deixei-me cair na poltrona. A outra veio até mim e perguntou, a mostrar os dentinhos brancos:
- Tem espaço aí para mim, meu bem?
Sentou-se também ela ao meu colo. Tinha um perfume muito intenso que noutras circunstâncias talvez me enjoasse, mas ali deu-me uma tesão de cavalo. Deixei uma mão subir devagar por aquela coxa grossa enquanto lhe ia dando beijinhos na covinha do pescoço, descendo lentamente até aos centímetros de pele onde começavam aquelas mamas enormes. Decidi para mim que Marilene era um nome que lhe assentava bem. Peguei-lhe numa mão e conduzi-a até ao Onofre, que arfava por todo o lado.
- Marilene, meu amor, tenho aqui um fogo que preciso que apagues rapidamente…
Riram-se todos, mas estava dado o mote. Ela levantou-se, pegou-me na mão e atirou, divertida:
- Vem comigo, gostosão, que eu sei do que esse fogo está precisando.
Entrámos num quarto que tinha apenas uma cama de casal, uma mesinha de cabeceira, com um candeeiro lá pousado e uma cómoda perdida num canto. Fiquei ali de pé, parado a olhar para ela. Fechei os olhos dois segundos e confirmei que aquele quarto andava lentamente à roda. Ela deve ter interpretado a minha passividade por timidez, porque pegou-me na mão direita, conduziu-a às suas enormes mamas e murmurou:
- Relaxa meu bem, aqui a sua Marilene vai tomar bem conta de você. Gostei de você, viu? É simpático e bonitão, vai ter direito a massagem vip.
Descalçou-me, tirou-me as calças e os boxers, propositadamente devagar. O Onofre espetou-se todo no ar e, em menos de um ai, já tinha um preservativo lá colocado, com a boca. Aquela gaja a meter camisas em pilas fez-me lembrar os mecânicos da fórmula 1 a mudar os pneus dos carros. Uma coisa digna de se ver. Ajoelhou-se e começou a brincar com o Onofre, encheu-o de mimos até que o meteu na boca. Aquela Marilene sabia bem o que fazia, a língua e os lábios iam onde tinham de ir, com movimentos correctos, no ritmo certo. Eu só tinha de ficar ali, de bem com o universo. Afaguei-lhe os cabelos. Por vezes fechava os olhos e deixava que tudo à volta girasse devagarinho. Depois voltava a abri-los e a primeira coisa que via era aquele par de mamas enorme, a pedir que o Onofre lá mergulhasse de cabeça. Não foi preciso grande telepatia para ela me ler os pensamentos e me satisfazer o desejo. Meteu-o no rego daquelas mamas e deixou-o andar ali, para trás e para a frente, a divertir-se como um garoto num escorrega. Quando me cansei daquilo, fiz um gesto a dar a entender que queria voltar ao ponto de partida e a minha Marilene nem pestanejou, engoliu o Onofre até ele desaparecer por completo. Longos segundos depois, deixou-o voltar a respirar como se nada fosse. Lambeu, chupou e eu ia pensando que ela devia estar farta de tanto latex, mas fora ela que insistira no preservativo, não era coisa que me dissesse respeito. Estava para acabar com aquilo e sugerir-lhe um pouco mais de acção, quando chegam até nós uns grunhidos roucos, vindos do quarto ao lado. Se eu não soubesse, diria que o pobre do Adérito estaria a ser sodomizado por um preto enorme, tal o tamanho dos roncos do homem. Aquilo durou uns trinta segundos, se tanto, seguido de um longo gemido de prazer e de várias risadinhas marotas.
Já? O velhote não perde tempo, dei por mim a pensar. Achei por bem despachar-me, não queria que o Adérito se sentisse inferiorizado por um puto garanhão, ainda por cima sendo ele a pagar a festa. Com um gesto, levantei a Marilene, tirei-lhe a cuequinha com modos sensuais, deitei-a na cama, abri-lhe aquelas coxas grossas bem abertas e fui-me a ela, cheio de gana. Acelerei o mais que consegui, fazendo-lhe vibrar as mamas como se fossem gelatina. Que coisa bonita de se ver. Ela ia soltando uns gemidos de prazer, que a qualquer tanso soariam a falso, via-se que estava mortinha para que eu acabasse e lhe saísse de cima. Exactamente o que eu pretendia fazer. É sempre bom quando se está em sintonia no capítulo da foda. Vim-me o mais rápido de que fui capaz. Percebi finalmente o verdadeiro significado de um homem ir às putas aliviar-se. Ter fodido a Marilene daquela maneira ou ter enfiado o Onofre numa boneca insuflável soube-me ao mesmo. A única diferença era que, agora que tínhamos terminado a brincadeira, a Marilene insistiu em falar. Lavei-me na minúscula casa de banho que o quarto tinha, respondendo com monossílabos à sua conversa de puta barata. Vesti-me à pressa e voltámos para a sala, onde o Adérito e a sua amiga já nos esperavam, ele sentado no sofá e ela no colo dele, a fazer-lhe festas. Adivinhei que se sentia em segurança, o velhote tão cedo não o iria conseguir pôr de pé. Já eu estava capaz de mudar de pussycat, só para descobrir se havia diferenças, valeu-me um pouco o amenizar de tesão o facto de serem fotocópia uma da outra.
Despedimo-nos com vozes melosas e gestos demorados pelos corpos. Já na rua, o Adérito quis satisfazer a curiosidade:
- Então, rapaz, que tal as gêmeas? Não são um estalo? Se eu fosse mais novo, casava-me com uma e comia a outra por fora."

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