"Ter os amigos certos é tudo na vida. O Vidrinhos, o André e o Diogo planearam as férias ao pormenor. Tudo o que tive de fazer foi entrar num avião. Algumas horas, um comboio e uma pequena caminhada depois, estava a poisar a mala num hostel, mesmo no centro de Amesterdão. Um quarto com dois beliches, preço bem em conta, ideal para quatro chanfrados da mona.
Saímos para um primeiro reconhecimento. Uma hora depois, estávamos numa esplanada, a ver as passarinhas que passavam e a beber cerveja como se o mundo estivesse prestes a acabar. Quando demos por ela, estávamos bêbados e pouco faltava para ficar noite escura.
Próxima paragem: red light district. A ideia fora minha, mas todos concordaram, sem hesitar. Chegámos lá em poucos minutos. Ficámos de boca aberta e a salivar. Havia pussycats para todos os gostos, tamanhos e idades. Aquilo era um autêntico hipermercado da crica. Deambulámos por todas aquelas ruas e vielas. Não deve ter ficado uma puta atrás de uma janela por espreitar. Enquanto andávamos, íamos fumando um charro XXL, cortesia do Diogo. Eu estava com uma enorme rebarba, após dezenas e dezenas de gajas seminuas a sorrir para mim e a acenarem para que lhes fosse fazer umas festinhas com o Onofre. Anunciei a minha ideia, quase ao mesmo tempo que a tive:
- Malta, vamos fazer uma cena marada…
Para minha enorme surpresa, eles ouviram e concordaram. Nuns papelinhos escrevemos as palavras boazona, preta, gorda e kota. Dobrámo-los em quatro e cada um tirou um. A mim calhou-me a preta. A seguir, rabiscámos os números de um a quatro, voltámos a dobrar os papelinhos e sorteámos novamente. Tirei o número quatro, o que significava que tinha ficado para último.
O André tirara o número um e foi o primeiro a entrar em acção. Calhara-lhe a gorda, o gajo nem sequer ficou muito chateado, tal era a moca que tinha nos cornos, mas não parava de gritar: foda-se, eu é que escolho, cabrões sortudos do caralho. Voltámos a percorrer aquelas montras de bajaina, ele tentou safar-se duas vezes, mas não cedemos: vai-te foder, André, essa não é gorda, é cheiinha. Por fim, lá deu com uma gordinha, mas sem o ser demasiado. Tinha a atenuante de ser bastante bonita. Foi ter com ela, regateou o preço em inglês e desapareceu por trás da cortina.
- Liga o cronómetro, caralho, depressa – berrou o Vidrinhos.
Passou-nos pela cabeça fazer claque pelo André, ali do lado de fora, mas estávamos num país civilizado e, mesmo a cair de bêbados, ninguém teve coragem de armar um banzé daqueles. O nosso homem emergiu para o mundo passados quinze minutos certinhos.
- Então, pá, conseguiste descobrir-lhe a cona no meio daquelas banhas?
- Olha, meu, foi uma grande fodinha. A partir de hoje só como gajas gordinhas e passado da cabeça. Uma combinação imbatível, é o que tenho a dizer.
O Vidrinhos foi o seguinte. Calhara-lhe a boazona e o cabrão decidiu caprichar. Andámos por ali a dar voltas e mais voltas, o gajo até fez uma short-list. Longos minutos depois, fizemos-lhe um ultimato e ele lá escolheu uma loira branquinha, enorme e com tudo no sítio. Uma bajaina daquelas ter dado em puta era para mim um mistério impossível de desvendar.
Levou com o cronómetro em cima e saiu passados dezoito minutos.
- Então meu, que tal o teu bilhete premiado?
- Vim-me em dois minutos. Depois contei-lhe a história da minha vida.
Fizémos uma pausa para mais umas cervejas, de tanto andar por ali às voltas a cheirar cricas, estávamos a ficar perigosamente sóbrios.
Assim que saímos para a rua, o Diogo foi direito ao assunto. O gajo já tinha decorado uma milf de fazer parar o trânsito. Teria uns bons quarenta anos, e era tão boa que considerámos a possibilidade de ele estar a fazer batota.
- Tinhas de foder com uma kota, ó meu.
- Certo, e alguém disse que ela não podia ser uma coninha de sonho?
- Essa não é muito kota, Diogo.
- A palavra é kota, não é velha desdentada. Vão-se foder, estamos a perder tempo e eu estou com uma tesão de meter medo.
Fez o brilhante tempo de dezanove minutos. Fiquei a pensar que ele próprio teria ligado o cronómetro só para fazer boa figura.
- É bem verdade que nunca é tarde para aprender – atirou o Diogo, mal saiu – Esta milf em vez de puta devia ser professora de foda para miúdos do secundário.
Tinha chegado a minha vez e já todos sabíamos onde eu iria parar. Passámos por aquele belo animal umas poucas de vezes, nas nossas demandas pouco cristãs. Era uma preta alta, magrinha, com umas pernas enormes e mamas pequenas. Eu já tinha comido várias mulatas, mas aquela não era nem sequer parecida. Aquela mulher era preta. Um preto que reluzia.
- Ebony é uma categoria do porno. Aprendam aqui com o mestre da punheta caseira. Apanham centenas de gajas iguais a esta na net – O Vidrinhos, sempre a espalhar sabedoria.
Cheguei-me a ela e regateei o preço em inglês.
- Fifty for a piece of Paradise.
- In one condition: i have to stay for half an hour.
- You’ve made a bet with your friends?
Entrei e ela fechou a cortina. Era um espaço minúsculo, onde praticamente só cabia a cama, uma minúscula mesinha de cabeceira e uma cadeira. Cheguei-me a ela e comecei a apalpar o material. Ela sorriu-me os dentes mais brancos que eu já vira. Tinha uma pele lisa e sedosa, dava a sensação que se tinha besuntado de um creme qualquer. Tinha um leve perfume, fresco e suave, que só por si foi o suficiente para desorientar o Onofre.
- Take your shoes and relax.
Como não obedecer a um pedido daqueles? Despiu-me sem pressa e com tal sensualidade que percebi logo que teria de dar o meu melhor para não fazer má figura. Tirou um preservativo que colocou no Onofre com a boca. Ficou por lá um bom bocado e eu era capaz de jurar que até tive tonturas, de tão bem que estava a ser chupado. Aquela mulher tinha vindo ao mundo com um dom especial para a nobre arte da foda e sabia-o bem. Tive de a interromper para não me vir, ela percebeu e aceitou a coisa com classe. Deitei-a na cama, tirei-lhe as cuecas, passei-lhe a língua pelas virilhas, pelo relvado cortado rente e, depositei um beijinho naquela crica de sonho, antes de subir por aquele caminho do demónio acima, até dar com as mamas pequenas mais sexys que já chupei. Fiquei por ali um bocado, até que me deitei de costas e lhe fiz sinal de que a queria a cavalgar em cima de mim. Aguentei-me uns dois minutos, ela tinha uma passarinha mágica entre as pernas, vim-me gloriosamente, admitindo a minha derrota perante aquela mulher-diabo.
Não deviam ter passado ainda dez minutos desde que eu entrara naquela cabine. Limpei-me e comecei a fazer conversa. Fiquei a saber que era Senegalesa, falámos de tudo o que me veio à cabeça, sem rodeios, com a sinceridade típica das putas. Disse-me ter trinta e três anos e uma filha com dezassete que não via há muito. Rimo-nos os dois com histórias de cama que partilhámos. Enquanto falávamos, sentei-me ao lado dela na cama e fui deixando a minha mão deslizar por aquele corpo. Confessei-lhe nunca ter ido para a cama com uma mulher como ela. Ela deixou-se apalpar sem qualquer constrangimento. Eu ia vigiando o tempo e quando já deviam ter passado uns vinte minutos, o Onofre começou novamente a sentir cócegas. Não demorou a espreguiçar-se com vontade. Peguei-lhe numa mão e conduzi-a até ele.
- You already came, darling, no more.
Disse-lhe que ia ficar a olhar para ela, enquanto me masturbava. Riu-se. Pedi-lhe que se levantasse e fosse girando devagar. Pus mãos ao trabalho, sem pressa. Continuámos a falar, eu fui o mais simpático de que fui capaz, tinha um trunfo que queria jogar e no momento certo, tentei a sorte:
- I’m almost there, please finish me.
Resultou, ela pegou-me no Onofre com aquela mão negra de dedos magros e compridos, em menos de trinta segundos eu estava a ter um orgasmo fantástico, sujando-me todo no peito. Limpei-me com uns toalhetes que ela me passou, vesti-me rapidamente, prometendo-lhe que lhe faria nova visita, trocámos dois beijinhos e fui devolvido à puta da vida.
- Vinte e nove minutos, Zé Tó. Estiveste a dormir a sesta?
- Vim-me em trinta segundos e passei o resto do tempo a tentar convencê-la a fugir comigo. Partimos amanhã ao nascer do dia."
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